Estando eu de férias há, literalmente, um mês, este é um post que queria escrever há já alguns dias... porque só passadas algumas semanas de férias é que começo a refletir a sério do ano académico que findou.
Com isto, disse oficialmente adeus ao segundo ano do meu curso, querendo com isto dizer que 2/3 da minha licenciatura já estão feitos. E isso assusta! Não dei mesmo pelo tempo passar e ainda me sinto, por vezes, numa autêntica caloira, com aqueles receios e planos típicos de quem está neste mundo há muito pouco tempo.
Sobre o segundo ano, tenho a dizer que foi muito, mas muito trabalhoso e muito stressante. Comparativamente à carga de trabalho do primeiro, diria que este praticamente duplicou. Tudo isto foi um grande desafio e um derradeiro teste à minha capacidade de organização e de lidar com a pressão. Diria que ultrapassei tudo de forma satisfatória, sendo certo que fui melhorando à medida que o tempo passava.
Foi um ano de muitas descobertas e desafios, de mudança de planos e de sonhos. Os meus objetivos para o meu futuro profissional são bem distintos àqueles que tinha quando entrei pela primeira vez na Universidade do Minho, a 11 de setembro de 2016.
Tenho agora uma visão diferente das possibilidades e aprendizagens que tiro do curso de Economia e, certamente, daqui a um ano estarei eu a dizer que precisamente neste dia eu nem fazia ideia das descobertas que iria fazer.
Trajei as vezes que quis, ainda que não estivesse presente nas serenatas da minha academia. Tive a possibilidade de trajar na serenata do Porto e, acreditem, nunca senti tão orgulho de estar onde estou, de pertencer à mui nobre academia minhota, que tanto me tem transformado e proporcionado experiências incríveis. Fui observada por ser diferente e isso, por si só, encheu o meu peito de orgulho.
O caminho não tem sido fácil, mas sei que é assim que tem de ser, pois é deste modo que, no final, tudo tem mais sabor.
O segundo ano é aquele em que nem és caloiro nem és finalista... és um aluno da licenciatura e ponto. Ficamos por aqui. Já estão todos à espera que determinados receios sejam já uma coisa do passado, que tenhas confiança e força para seguir em frente, lutando pelos teus sonhos.
O que ninguém espera é que, passados dois anos, tu ainda te assustes com as épocas de exames e com a possibilidade de ires ao recurso. Que chegues à hora do exame e as mãos te tremam, que o ar por vezes te falte e que, por momentos, já só queres o 9,5 para despachar aquela cadeira.
Dizem nesta altura que tens ainda muito curso pela frente, mas, pensando bem, tens praticamente 66% do teu curso finalizado. Mais de metade do curso feito com dois anos!
Agora, olhando em frente, vejo o meu último ano a chegar. Num abrir e fechar de olhos, a minha licenciatura está prestes a terminar. E isso arrepia! Dá medo e, ao mesmo, entusiasmo!
De repente, já se começa a sentir uma ligeira saudade e ainda o ano nem começou. E porquê? Porque sei que, no final, não terei obrigados suficientes para dizer a esta academia. Não terei uma mensagem forte o suficiente para demonstrar o quão orgulhosa estou deste meu percurso, deste meu traje tão belo e que tanto o respeito e, sobretudo, de ser uma pessoa diferente.
Desta vez, eu terei já outro papel. Já não posso olhar para os alunos finalistas do meu curso porque eu já sou desse grupo. Não vou poder olhar para eles e pensar que são já tão "adultos", que parecem bem mais velhos do que eu.
Agora, é tempo de olhar para os caloiros e bater aquela saudade que aperta o coração. Olhar para eles e pensar no que eles ainda têm para viver... vivências às quais eu já passei e que me deixam de sorriso rasgado ao recordar todas elas. Dará saudade só de olhar para os caloiros perdidos à procura das salas, lembrando-me que já estive naquela situação.
Estou certa de que o que por aí vem é muito melhor do que o que já passou. Disso eu não tenho dúvida alguma.... e daqui a um ano estarei eu, de lágrima no canto do olho e de coração apertado. E essa Andreia que vos estará a escrever será diferente da vos está a escrever neste momento.
Obrigado, meu rico segundo ano, por tudo o que me deste! Agora, é tempo de nos despedir porque o terceiro ano está à minha espera...

É o drama, o horror, a tragédia total. Este é o desabafo de uma pessoa aparentemente normal, utilizadora de óculos, graduados e de sol.
Até aqui, tudo parece normal... o problema está nas lentes, essas ordinárias, que teimam em andar sempre pouco ou nada apresentáveis e muito pouco úteis para conseguirmos visualizar de forma mais nítida o que nos rodeia.
Essas senhoras lentes teimam em andar sujas. Muito sujas, por sinal. É ter uma pessoa com toda a dedicação e perícia a limpar as lentes, deixá-las a brilhar (qual copo Vista Alegre, qual Swarosvki de tanto brilho que fica), colocar os óculos e, após uns 5 minutos pousados, estamos a pegar nos óculos a ter umas lentes repletas de dedadas, manchas ou de sabe-se lá mais o quê, impedindo uma visão plena.
Isto é uma luta diária. É uma desgraça, um terror, uma trabalheira danada. Isto cansa a beleza a uma pessoa, minha gente! Eu já tentei pegar nos óculos de mil e uma maneiras (já só me falta pegar com os cotovelos ahahah) e, mesmo assim, há sempre algum intruso na lente.
Uma pessoa limpa com o paninho adequado, com toalhitas próprias, invoca a Graça e o Espírito Santo e lá voltamos ao mesmo: limpa a lente! E pousa.... e volta a limpar a lente, menina!
Claro que o problema é meu, que devo ser uma trapalhona sem noção que não sabe qual o melhor método de se pegarem em óculos sem espatifar uma impressão digital na lente ou deixar vestígio de respiração. Acho que já devo conhecer melhor as impressões digitais do meus dedos que o próprio sistema de impressões... é um drama, o horror!
E pronto, agora que já desabafei, vou largar os óculos... para depois, quando voltar a usá-los, ir limpar pela 15641564654165ª vez.
Sad life :(

Hoje dei por mim a fazer-me esta pergunta quando me olhava ao espelho. De facto, há um ano atrás, muita coisa era diferente.


Tinha eu 18 anos. Tinha obtido a carta de condução há quase dois meses e começava a sair de carro sozinha, o que, na altura, era uma autêntica aventura. Era bastante cautelosa na condução e entrava, sozinha e pela primeira vez, numa autoestrada (ainda por cima fui logo meter-me no Porto e quase que tremi só de pensar na selva que aquilo por vezes se torna!). Acho que não me safei mal, mas tenho noção que fui bastante copinho de leite.
O nervosismo e as reflexões tomavam conta dos meus dias. Contava os dias para receber o resultado da minha candidatura ao ensino superior e sabia que a grande mudança estava para breve. Só me imaginava na Faculdade de Economia do Porto, embora já estivesse ciente que seria bem provável dar com o nariz na porta por causa de umas míseras décimas. E, de facto, foi isso que mais tarde acabou por acontecer. Acabaria por entrar na Universidade do Minho e estava eu longe de saber que iria começar um capítulo repleto de enormes mudanças.
Fazia um balanço do secundário: não começou muito bem, mas acabou em beleza. Acabara o secundário com uma excelente média e com a confirmação de que aquela grande crush que tivera entre o 11º e, sobretudo, no 12º ano, não iria dar em nada.
Acabara-se o ano letivo e iria vê-lo pela última vez no corredor da escola, prestes a entrar na sala para enfrentar um exame nacional. Ainda me haviam surgido uns "E se...?". Coloquei muitas hipóteses, muitos cenários, mas a verdade é que tudo acabava ali com um gigante ponto final.
Fui madrinha oficialmente. A minha prima tornara-se também na minha afilhada e, aí, dei-me conta que não poderia ter feito melhor escolha do que ter aceitado o convite dos meus tios.
Corria 5km sem parar em pouco mais de meia hora. Fazia muito exercício físico, o que acabava por atenuar toda aquela camada de nervos do que estava para vir. Andava na casa dos 65kgs e sentia-me melhor do que nunca.
Começava a sair com frequência à noite e foram muitas as festas, os cafés com amigos ou simplesmente as longas conversas sobre a vida. Recordava velhos tempos e sorria. Falava de planos que tinha e ficava esperançosa. Sabia lá eu que algumas coisas iriam mudar!
Confiava em mim, mas sabia que tinha um lado desconhecido para descobrir. Tinha muitas certezas, mas muitas mais dúvidas.
Chego à conclusão que era diferente. Num só ano, muita coisa mudou. Algumas pessoas foram-se embora, muito poucas ficaram e outras novas apareceram.
Olho para trás e sorrio. Sei que, daqui a um ano, já não serei igual ao que sou atualmente. Sei que olharei para hoje e vou sorrir. E essa sensação será muito agradável! "Recordar é viver", já diz a velhinha canção.

Uns dizem que sou estranha, eu digo que sou feliz à minha maneira. Os dias vão passando, o relógio não para e o tempo vai assim passando. A azáfama do quotidiano faz-nos (ou melhor, obriga-nos a ser) seres repletos de energia.
Será que existe melhor energia do que sentirmo-nos bem? Eu digo que não!
Chega aquele momento da vida em que te queres sentir tão bem que já estás nem aí para o que irão dizer de ti. A sociedade sempre te irá julgar por teres cão ou por não o teres, logo, mais vale ser falado por teres feito aquilo que te faz feliz.
Temos todo direito a fazer tudo o que nos faz bem e não importa se se trata da coisa mais banal ou de algo tão estranho que não passaria pela cabeça de ninguém.
O ser humano é tão estranho que diria mesmo que o facto de fazer coisas estranhas deveria ser aceite normalmente. Não importa a idade, com quem se esteja, o local onde resida: há que se ser feliz sendo estranho.
Eu sou feliz à minha maneira. Se é estranha ou não, tudo depende da perspetiva. Há tanta coisa banal e estranha que me deixa de sorriso estampado.
Facilmente largo um sorriso e respiro de alegria. Dar um bom dia cheio de energia e ver que contagiei a pessoa faz-me bem e faz-me feliz.
Chegar a casa e poder largar tudo para cima da mesa sabendo que não tenho trabalho a fazer deixa-me imensamente feliz. Ir pela rua e ver pessoas a sorrirem contagia-me.
E quando se vai no carro e passa AQUELA música? É verem-me aumentar o volume e iniciar um show de canto um tanto desafinado, mas ao mesmo tempo tão energético. E sinto-me bem! O mesmo a dizer quando se solta música pela casa e fazemos do corredor a pista de dança que sempre ambicionamos pisar. E que se lixe mesmo o jeito para dançar, porque o que importa é fazer agitar a alegria dentro de nós e largá-la cá para fora.
É tão fácil soltar um sorriso. Mesmo quando os dias são cinzentos e tudo nos atrai para fechar o sorriso, a verdade é que um bom sorriso atrai logo boa energia. Quem nunca se viu ao espelho, forçou o sorriso e logo de seguida solta um riso tão sincero e natural? Rir-nos da própria figura!
Voltar atrás no tempo faz-nos muitas vezes sorrir. Viver o presente faz-nos felizes e perspetivar o futuro deixa-nos perfeitamente contentes... porque pessoas de boa energia atraem ainda mais boa energia!
Toda essa boa energia passa pelas pequeníssimas coisas estranhas que te deixam feliz. Passa por aquela música que tanto gostas, pela dança de corredor, por aquele prato que deixa o teu estômago a bater palmas, por aquele bom dia energético, pelas caretas feitas ao espelho.
Pessoas com boa onda chegam a bom porto pelo simples facto de que são mais felizes e largam sorrisos. Pessoas às quais seguem os seus próprios princípios são mais felizes.
Quando tenderes para a má energia, lembra-te: os melhores mares são os que têm boas ondas. Não te deixes ser engolido pelos maus.

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Diz o calendário que hoje é dia 8 de março e, portanto, dia da mulher. Agora este seria o momento em que soltaria o cliché "dia da mulher é todos os dias". Bem, a verdade é que é mesmo assim, mas ao menos há um dia "especial" para que todos se lembrem.
Este dia existe como forma de se celebrar e também glorificar todas as conquistas feitas pelos seres do sexo feminino. "Conquistámos" o direito a votar, a podermos estar inseridas no mercado de trabalho e, sobretudo, o direito a sermos mais valorizadas na sociedade.
Contudo, é certo e sabido que ainda persiste alguma desigualdade entre homens e mulheres. Ainda existe essa crença de que existem "tarefas para homens" e "tarefas para mulheres". Bem, eu acho que as todas as tarefas deveriam ser abrangidas por ambos os sexos sem exclusão.
O grande exemplo deste facto é a desigualdade salarial. No nosso país, e de acordo com as notícias mais recentes, os homens ganham mais 18% que as mulheres. Ora, isto quer dizer que nós, mulheres, teríamos de trabalhar mais dois meses por ano para atingirmos o mesmo salário auferido pelos membros do sexo masculino.
Bom, mas deixemo-nos disto...  tenho a dizer que gosto de ser mulher. Isto não significa que seja uma feminista a 100%, até porque considero que todas nós temos aquela onda do "Maria Rapaz", por muito que às vezes não nos pareça.
Falo por mim: gosto de carros e futebol, por exemplo. Mas não é por isso que deixe de ser "menos mulher". Todas as semanas verifico o óleo do meu carro, sujando as mãos (não é que seja agradável, mas alguém tem de o fazer). Mesmo assim, é bom ser mulher!
Para concluir tudo isto... feliz dia a nós, mulheres!

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Digamos que os meus ricos 18 ainda são recentes até porque quase 6 meses têm, contudo, mas há já toda uma panóplia de situações um tanto embaraçosas como dignas de nos levar ao mais extremo da ausência de paciência.
Talvez isto seja mais um TOP 10 ou até mesmo um mero desabafo de alguém que, com este calor tórrido, está de ar condicionado ligado dentro de casa a escrever para esta malta linda que segue este estaminé (eh pah esta agora saiu mesmo bem! ahahah).
Sem mais demoras (como diz a minha avó: "Esta juventude agora não tem paciência para nada"), vamos lá à listagem:

1. Já podes tirar a carta de condução, uma dor de cabeça para os pais
Só vos digo que é the best thing ever. Agora é só pegar na chave do carro e ir até onde se pretende sem ter que pedir boleia a alguém.
Ora, isto é muito bonito para nós... para os pais, uma dor de cabeça. A partir do momento em que sais de casa de carro, cheira-me que eles devem pensar que nós viramos pilotos de Rally e saímos por aí a dar mais gazonete que um F-16 (qual Sebastien Ogier qual quê!).
 Na verdade, ao sairmos de casa só queremos uma coisa: regressar a casa com o carro intacto para evitar os problemas. 



2. Beber álcool ou, melhor dizendo, afinal em qual nos ficamos?
Tão simples como: se não bebes és copinho de leite, se bebes é um borracholas de primeira. E pronto, tanto ouves a primeira porque estás a beber um refrigerante como ouves a segunda por estar de Licor Beirão na mão, por exemplo.
E quando me perguntam se bebo álcool quando estou com algo na mão, eis o que me passa:
Resposta idealizada: Oh filho, sou uma autêntica adega cooperativa, uma garrafeira com vinhos e licores de primeira! É sempre a grizar até lá baixo!
Resposta dada: Bebo sim, mas com precaução... algum problema?
(Respostas super compatíveis, sem margem para dúvidas...)


3. De menina a senhora...
Vai uma gaja a qualquer serviço público e logo te tratam por "Senhora". Tudo bem que se atinge a maioridade, mas chegar a tratar-me por senhora de um dia para o outro eu dispenso muito bem. Não sei não, mas faz-me sentir bem mais velha. Da minha parte, sigam com o menina que é bem mais queridinho ("olhaide" esta lamechas agora!).


4. Salto alto e vestido e outras maneiras de se ser observada
Está uma gaja predisposta a sair de casa de vestido catita e acima de joelho com direito a um salto alto todo fino, a sentir uma lady, uma diva e perde logo esta vontade toda quando chega a qualquer lugar onde gente do sexo oposto olha para ti como se fosses a maior exclusividade deste planeta.
Não é que não proíba o olhar, porque se têm olhos é para lhes dar o devido uso, mas chegar ao ponto de olhar e quase babar para nós... oh migos, olhai para outras bandas que não estou a gostar da festa! Não gosto de ser observada.
Pior e mais horroroso que isto... chegarem ao pé de ti e pedirem o teu número. Há dias aconteceu-me isto mesmo numa festa num concelho vizinho. A situação foi mais ou menos assim:
Sujeito: Dás-me o teu número?
Eu: Não me digas que me vais dar um Louboutin... calço o 38.
Sujeito: Já vi que te estou a incomodar...
(Pronto, também só me saiu isto porque já estava meia com os azeites, mas mesmo assim, esta malta pensa que se entra assim à trolha, não?!?)


5. Recebes uma chamada de um rapaz? Oh que filme!
Não importa se até seja um primo teu em que o número dele está gravado no teu telemóvel apenas com o primeiro nome, se recebes uma chamada de um rapaz e tens os teus pais ou algum familiar ao teu lado, eles logo estarão a pensar que tens namorado.
Sai-se logo dali um filme naquelas cabeças que o apetite para atender a chamada em frente a eles é tanto que às vezes quase que falas em monossílabos quando atendes.


6. Brincar não é compatível com a tua idade
Se há algo que me tira do sério é precisamente isto! Tens 18, és rapariga e tens quase como uma obrigação moral de manteres uma postura. Sim, com esta idade já és uma senhora, já não podes brincar como criança, soltar palavrões ou então viras uma Maria Rapaz ou uma Gaja Bruta-Montes.
Mas por que santo se tenta impingir tal coisa quando afirmam por aí que todos temos o nosso lado mais infantil? Se soltas uma caralhada mais fora do sítio (oh wait, lá se vai a postura!), já te olham de lado.
Podemos ser tal como somos se faz favor? Mesmo que isso implique brincar? Obrigado.


7. "Tens namorado?" e a aquela azia mental
Há uns tempos atrás, ir a um jantar de família significava quase como automaticamente lavar com a pergunta "Então como vai a escola?" vinda de algum parente. Agora, ires a esses jantares significa que a famelga logo trata de te perguntar se tens namorado.
E pronto, eu lá respondo que não perante esta pergunta e logo se sai o momento das indignações "Uiii, porquê?". Esqueçam, dá-me logo uma azia mental e uma vontade de parar ali a conversa que nem vos conto.
Mas sendo eu uma pessoa minimamente simpática, eu lá tento justificar a minha posição, mas sempre sem sucesso. Se calhar se falasse para uma parede seria melhor compreendida... hei de tentar um dia destes.


8. Ir a consultas do médico de família, um espetáculo digno de beatice

Já revelei por cá que gosto do meu corpo. Sempre me senti bem com ele e não me sinto desconfortável por exibi-lo na praia, por exemplo, mesmo sabendo que tenho estrias para dar e vender e a pele com vários tons devido à queimaduras graves que tive.
Apesar de me sentir plenamente bem, todas as vezes que ia comprar roupa não ficava lá assim tão feliz. É verdade, há lojas em que os espelhos dos provadores nos enganam e já sofri com isso. Já comprei peças de roupa que na loja gostava e, chegando a casa e vestindo-as, achava que ficavam horríveis em mim.
Nunca fui uma pessoa "gorda", mas há muitos anos para cá que era assim para o "cheiinha". O meu aumento de peso de 13 kg deu-se a partir do momento em que comecei a tratar os quistos os ovários com comprimidos. Mesmo assim, não foi por isso que deixei de gostar do meu corpo.
Tenho coxas bem generosas e um peito mais "avantajado", é verdade. O grande problema residia justamente neste último, onde muitas camisolas e blusas que gostava acabaram por ficar nas lojas por não terem tamanho para mim. Não era uma questão de ser justo nos ombros nem na barriga, mas sim no peito.
Vai daí que há um bom tempo atrás, numa ida ao médico para "dar uma vista de olhos" ao meu sistema nervoso, que é naturalmente "acelerado", o médico "receitou-me" correr. Correr ou caminhar durante 30 minutos a uma hora, duas a três vezes por semana.
Foi a partir daqui, e seguindo a "terapia" à risca, que comecei a perder peso. Num mês foi um kilo ao ar e nos meses seguintes andava dentro deste número.
Nas férias do Natal, calhou de um dia estar a beber um iogurte e ter visto a informação nutricional. Assustei-me! Em cerca de 150 ml, eu estava a digerir 18g de açúcar, ou seja, cerca de 1/3 do recomendado por dia em apenas um iogurte.
Lá se fez o click!. Tenho de reduzir os açúcares, mas não drasticamente.
O que fiz foi, basicamente, trocar os iogurtes e comer menos bolachas e bolos processados. Agora, só consumo iogurtes que não excedem os 6/7g de açúcar. E na verdade, descobri que, por exemplo, os iogurtes magros da Mimosa conseguem ser mais saborosos que os normais. Já não os dispenso e são os meus iogurtes de eleição. Afinal, não me custou nadinha trocar de iogurtes.
Quanto ao consumo de água, zelei por ingerir 1,5 litros de água por dia. Agora, no verão, chego mesmo a consumir entre 2,5 a 4l de água por dia, sem exageros. Sendo calorenta, estou sempre a mandar água para dentro pois só assim suporto o calor (e, consequentemente, ando sempre a correr para a casa de banho para soltar as urinas ahahahah).
Muitos meses passados, perdi 9 kilos e perdi muito volume. Não fiz mudanças drásticas na alimentação, apenas fui fazendo umas correções e faço corridas e caminhadas. Se tiver que enfardar bolo numa festa como se não houvesse amanhã, faço-o sem problemas. Sempre fui uma amante de comida (e também sou contra o desperdício). Bebo refrigerantes aos fins de semana e não dispenso o meu pão com fiambre ou manteiga ao pequeno-almoço.
Sinto-me mais saudável e menos sedentária. Correr e caminhar tem feito mais do que simplesmente perder calorias. Tem-me feito bem psicologicamente, até porque agora sinto que consigo controlar melhor esta minha "aceleração". É certo que algumas vezes custa-me imenso sair de casa para correr, mas se não o fizer, já fico com a consciência pesada. Ando nas corridas de 5 a 6km. Para quem nem 1 km aguentava, até evoluí muito bem.
Passei dos 72 para os 63 kg. É certo que tenho menos volume e estou mais magra, todos me dizem isso. Mas as estrias e a pele em vários tons não desaparece, assim como a celulite. Já criticaram duramente isto mesmo em frente a mim. Se me senti mal? Não. Só lhes respondo: "Se não gostas, não olhes. Eu gosto do meu corpo".
Alguns a olhar para mim como se tivesse dito a maior barbaridade deste mundo. Esqueçam, meus amigos, para me ferirem na autoestima não é fácil. Sinto-me tão bem tal como sou!
Tudo isto para vos dizer que, apesar de tudo, amem-se tal e qual como são. Se quiserem mudar algo, façam-no por vós e não para agradar à sociedade. Afinal, sempre se é criticado por ter cão como por não o ter, já diz a sabedoria popular.
Em tudo existe beleza e uma mulher sempre será bonita. Afinal, a nossa verdadeira beleza não é aquela que toda a sociedade vê. O que de belo há em nós reside dentro, na nossa personalidade e isso só alguns conhecem.
Sou adepta da crença de que é muito mais importante impressionar com a nossa personalidade e com os nossos atos do que com o nosso "físico". Quem realmente aprecia a nossa beleza, não vive criticando o nosso corpo.
Se não gostas, não olhes. Eu gosto do meu corpo. Ladies, sintam-se bem e sejam feliz!

Tantos anos à espera. Foram já muitos campeonatos passados a desejar que este momento chegasse. Finalmente, somos campeões europeus! Campeões! Campeões! Ouviram bem, sim! Campeões, nós, Portugal!
Foram milhões de pessoas a soar com isto. Foram milhões as vozes que cantaram A Portuguesa na esperança de ver erguida taça em nome da nossa Pátria.
2016 foi o ano, França foi o país onde iríamos colocar os olhos. De repente, num 10 de julho de 2016, Portugal parou, literalmente. Olhos postos nos ecrãs, alma no Stade de France, coração a todo o gás perante aqueles 11 no campo e mais todos aqueles que no banco se encontravam.
A Portuguesa soa no estádio e milhões de vozes ecoavam em todo o mundo. Os portugueses faziam-se ouvir, demonstrando ao mundo a nossa origem e a nossa força. Garra, muita garra e fome de vencer.
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1... dá-se o apito inicial. O início de uma grande viagem. Para trás, deixamos momentos de muita felicidade e, sobretudo, muitos nervos. Chuta aqui, chuta ali, passa um e outro.
Éramos 11 milhões a desejar o maldito caneco que em 2004 nos havia escapado por pouco. Éramos 11 milhões a suspirar, a desesperar.
De repente, um dos nossos maiores ícones cai ao chão. Caiu Ronaldo e Portugal assusta-se. Caímos todos por instantes, prevendo já o início daquilo que poderia ser um pesadelo. E agora? Vai Ronaldo, tu consegues. Ele sai, ele entra e joga mais um instante. Não aguenta. No chão, chora como nunca. Chora Ronaldo e chora Portugal. Um balde de água fria e uma quase raiva aos franceses. Não te preocupes, Ronaldo, vamos conseguir. Acabou-se, já não temos Ronaldo. E agora? E agora? Calma, ainda podemos ganhar... vamos lá, rapazes!


O Pepe motiva os colegas, o Nani faz o mesmo e entra o Quaresma em campo. Há ainda muito tempo para vencer. Vamos rapaziada! Joguem! Comam relva, mas dêem-nos o caneco!
Cai um português e o amarelo para o francês onde anda? Seu filho da mãe... seu desgraçado de árbitro! Marcas tudo a nós e nada a eles! Mas que palhaçada é esta?!? O Mister Fernando Santos revolta-se! Revolta-se todo um país! E a raiva e a garra aumentam... os minutos passam, a bola à baliza segue e nunca entra. Oh Nani estavas tão perto! Aaaaahhhhhhh!
Os 90 estão pertíssimo... e um AVC nacional! Grizzman quase marcava! Ufa, ufa, vamos lá rapaziada! Mais um bocadinho! Piiiiiii! Vamos a prolongamento!
Está tudo parado... irrequietos, nervosos e a suspirar pelo título. Assim está toda uma Nação! Vamos lá rapazes, vamos conseguir!
E vê-se o Ronaldo no banco. Ronaldo, o treinador! Ronaldo, o psicólogo! O rapaz não para! São dois homens a berrar para dentro do campo! Mister Santos e Ronaldo! Eles não param! Erguem-se braços, soltam-se as vozes.
A bola rola em direção a Lloris, à baliza francesa. Então, Tugas, força nisso! Vai, vai, vai.... vaiiiiii, Goooooooooooolllllllllllloooooooooooooooooo! Golo! Golo! Golo! Golo! Golo! Golo! Golo! Golo! Éder! Éder! Éder! Éder! Éder é a esperança! Esperança! Perto, estamos perto! E toda a voz existente e toda a que pensávamos que não haveria soltam-se. Portugal fica eufórico! Olhem o sonho mais perto! Olhem! Um gigantesco grito repleto de lágrimas de felicidade! É agora! É agora!


Vamos rapazes, aguentem-se mais um pouco! Vamos, vamos! E rola a bola... rolam os nervos, agarram-se os cachecóis como nunca fizéramos antes. Aiii daquele que descola os olhos do ecrã! Vamos, vamos! Um minuto! E o coração vai-se enchendo de tanta alegria! Vamos! Vamos! Vamos! Trinta segundos! Arrrrrgggggghhhhh é agora caralho! Vamos, vamos!
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1.... Campeões, campeões, nós somos campeões! Portugal entra em festa! É nosso! É nosso! O momento tão sonhado e ansiado por todos chegou! Campeões europeus! O caneco é nosso!
Ronaldo chora de felicidade e toda a Nação o acompanha! Rapazes, conseguiram! Obrigado, obrigado, obrigado!
A noite vai ser longa! Festa, festa, festa! Saem bandeiras, cachecóis, sai o mundo português à rua! Custou imenso, mas conseguimos!
Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Tomai lá franceses! Toma! Toma! Tanta coisa mal falaram de nós! Quem são os "degueulasses" agora, ah?!? É nosso! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões!

Oh Mister, tu bem avisaste! Só vinhas dia 11 de julho embora. E vieste com a taça em mãos! Não falhaste! Poucos confiaram em ti quando o disseste! Eu fui uma delas, não confiava! Tiro-te o chapéu! Cumpriste!
Oh Ronaldo... vês?!? Vês?!? Já tens um título a serviço da seleção! Tranquilo! Este já ninguém te o irá tirar! Eu sei que te viste perante aquele pesadelo de falhar a final do Euro, tal como em 2004. Nesse aí choraste de desilusão, hoje, agora, choras de felicidade! Choramos todos contigo! Choramos de felicidade e de orgulho!
É lindo, é fantástico como todo um país, toda uma Pátria se une em torno de uma causa. Unidos pelo futebol! E já não há problemas que nos atormentam! Já somos outro país! Ganhamos mais vida! Somos um povo renovado de esperança! Não seremos os mesmos de outrora! Temos muito mais orgulho! Ainda mais do que tínhamos, como se isso fosse possível, mas é! Portugal! Portugal!
Orgulho português! Não se explica! Só quem é português é que sabe! Sorte é sermos portugueses e não sermos de outra nação qualquer! Do país do Fado! Do cantinho! O cantinho pequenino que é gigante e somente nós, portugueses, é que o sabemos! Esse paraíso! Esse país cuja língua tem a imensa e gigante palavra que não se traduz, Saudade! Somos dessa grande Nação com esse grande segredo!
Temos um grande segredo! Temos um segredo! E esse segredo chama-se PORTUGAL! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! Campeões! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL!


E esta sou eu, numa gigante tentativa de passar toda a felicidade que sinto! Campeões! Faço-o com as palavras, porque de voz não me é possível neste momento. Perdi a voz de tanto gritar pelo meu país! De tanto gritar pelo grande feito destes nossos homens!
É uma felicidade repleta de sorrisos e lágrimas, incluindo euforia. Portugal é campeão europeu!
Agora continuemos a celebrar! Portugal allez! Portugal allez! Portugal allez! Portugal allez!

Tudo parece bem até ao ponto em que algo cai. E tu segues feliz, aproveitando a vida como podes e também como queres. És livre. És feliz. Tudo está bem.
Subitamente, uma pequena notícia cai quase como uma bomba no teu caminho. Por muito fria e forte que possas ser, não és de ferro. Magoa-te. Não é fácil digerir. Tudo bem que não estamos perante algo grave, mas é um quase reviver de uma pequena época em que acabaste por sofrer.
Mas vá, tu és forte. Já te apareceram algumas coisas e a todas elas fizeste frente e segues caminhando. É só mais um desafio que não mata e torna-te mais forte.
Vendo bem as coisas, tu dás sempre a volta à situação. Descobriste que tens quistos nos ovários e não é por isso que te sentes uma gaja inferior às demais apesar de todas as consequências que poderão aparecer futuramente. Tu seguiste em frente e foste feliz.
Queimaste 10% do teu corpo e, apesar de todo aquele mau aspeto da tua pele, tu continuaste a olhar para o espelho e sorriste. Ficaste com algumas marcas, mas não é por isso que não deixas de gostar do teu corpo. Tu seguiste em frente e foste feliz.
Apareceu-te um quisto no fundo das costas que foi um bico de obra na operação para o remover. Não foi fácil. Tu andaste feito Pato Donald durante alguns dias. Tu achaste graça, fazias piada disso e continuaste a aproveitar o verão apesar dessa limitação. Não paraste e no meio disto criaste o teu blog, este teu espaço. Tu seguiste em frente e foste feliz.
Tens uma pele das mãos extremamente sensível. As luvas têm sido as tuas aliadas, ainda que as odeies usar. Tu sabes que é para o teu bem. Às vezes custa-te olhar para a pele daqueles dois dedos. Dizes e bem que há quem esteja pior que tu. Tu contornas a situação. Tu segues em frente e és feliz.
Agora tens mais dois quistos. E quê?!? São dois quistos pequeninos e bem mais ligeiros que aqueles que já "colecionaste", como tu o dizes. Até no meio disto tudo e, apesar de te abalares um pouco, tu consegues ver algo de positivo. Sim, compreendo que te assustes, é normal.
Estás a ver como és forte? Rapariga, tu jamais baixas os braços! Tu jamais deitas a toalha ao chão! Agora, vamos lá... sorri. Tu vais dar cabo deles. Não dramatizes. Lembras-te do que tens dito? Há quem esteja pior que tu. E também dizes que isto são uns meros pormenores.
Vá, segue em frente. Sê feliz. Se tiveres que derramar lágrimas, derrama. Refugia-te no teu mundo se for preciso. Mas por favor segue em frente e sê feliz. Sozinha ou acompanhada, levanta a cabeça. Continua a ser essa gaja repleta de energias positiva.
Sabes quem és? És a Andreia. Tu! Sim, tu! Só por isso, tu consegues. Solta toda essa boa fibra de que és feita.

O vazio no meio do silêncio de uma escuridão. É o momento mais estático que surge por vezes. Se uns se deitam e mergulham em bons sonhos, outros sentam-se e viajam num imenso céu repleto de pensamentos e reflexões onde não se sabe de onde vêm.
Nessa imensa viagem, perguntas-te quem és. Quem és tu? O que queres ser? O que já foste? Nasce, por momentos, uma profunda crise existencial e um interrogatório interminável. O que pretendes agora? Andas a lutar o suficiente? E a sorte é algo que te assiste? Mas a sorte existe?
Sabemos lá nós responder a tudo isto sem gaguejar e sem parar para refletir. Na verdade, tu nada sabes. Vais andando por aí e só agora te dás conta o vazio que por aí habita.
Almas e corações vazios nunca foram grandes aliados de magníficas vivências. Não sejas totalmente dependente de terceiros para teres o peito cheio de ar de orgulho, de força e alegria.
Só dependes de ti para te sentires bem. Só dependes de ti para te olhares ao espelho e teres orgulho na pessoa que és. Está em ti tudo o que é necessário para conquistares o que queres.
Em caso de dúvida, arrisca. Quando achares que não consegues, prova o contrário. E se eventualmente quiseres um bom complemento para a tua plena felicidade, aí terás de analisar muito bem o que pretendes.
Não estás a eleger uma coisinha sem importância... estás a eleger aquilo que será todo um grande desafio extremamente difícil que será o aliado perfeito para estares bem.
Sim, isto trazer-te-á milhares de espinhas para meia dúzia de rosas. Mas acredita que compensará... quando olhares ao teu redor e veres que tens o que te faz feliz, quando te olhares ao espelho e veres uma pessoa capaz de tudo e mais alguma coisa, verás que tudo valeu a pena. As rosas que vem valem por essas picadas dos espinhos. Acredita.
O grande limite está em ti e mesmo assim tu não tens limites possíveis.

Chegou o dia. É o dia em que já desejaste chegar bem cedo e agora só queres que ele venha o mais longe possível. Mas ele está aqui e, por muito que custe, há que se enfrentá-lo.
É o último dia do ensino tal e qual como o conheci. É o último dia de ensino obrigatório, de ensino secundário, o último naquela escola.
Chegas aos arredores do edifício e o trânsito é já característico. Caminhando pelo passeio, no meio de tantos alunos, a entrada vai-se aproximando e tudo ganha um sabor agridoce. Pela última vez faz-se rotina ao som da campainha.
Hoje, esse com é mais macabro do que nunca. Ele dita a última vez de tudo e mais alguma coisa. E logo na primeira aula enfrenta-se um jogo emocional que jamais me iria crer que passaria pelo mesmo.
Se há 3 anos atrás, quando pisei pela primeira vez o chão desta escola, me dissessem que iria sentir um nó na garganta e o coração apertado na hora de sair, eu rir-me-ia. Entrei cá com o pé esquerdo, não gostando nada da escola.
Todo este tempo depois, e depois de muitas e muitas horas passadas, vejo que o que cuspi para o ar naquela altura foi em vão. Saio desta escola com um grande nó na garganta e com umas lágrimas soltas a cair pelo rosto. Saio com o pé direito.
Quem diria? A verdade é que foi por aqui que enfrentei desafios que jamais me passariam pela cabeça. Cresci como aluna e como pessoa em si, aprendi imensas coisas novas, fiz novas amizades. A vida quase que levou uma volta de 360º.
Confesso que já estive para sair daqui. Confesso que cheguei a chorar de tristeza por andar por cá. Confesso que andava bastante deprimida. Mas também tenho a revelar que foi por aqui que me senti muito orgulhosa de mim. Foi aqui que passei por tudo aquilo que me fez levantar a autoestima. Fui desafiada em todos os sentidos.
Esta escola foi o desafio de uma vida. Não me posso esquecer que foi ela que me contrariou num assunto onde cuspia horrores para o ar. Foi ela que me trouxe uma paixoneta desgraçada ou aquilo que lhe quiserem chamar. E isso sim foi um bico de obra dos grandes. Enganei-me a mim mesma durante imenso tempo, não aceitando o que se estava a passar.
De repente, olho para aquela pessoa e sei que talvez seja a última vez que a veja. E isso dói. Dói muito. Não quero aceitar que fere. Quero dizer para mim mesma que isto não é o fim. Mas é. Acabou. Game over. Já nem força tenho para olhar outra vez porque sei que vou descarrilar em lágrimas. Engolem-se milhares de nós de garganta, respira-se fundo e deseja-se que isto acabe... e deseja-se que o tempo pare e isto não termine.
Entre a despedida de um e outro professor, ouvem-se os votos para que tudo corra pelo melhor, os desejos de saberem novidades e um adeus tremido.
As horas passam e o toque final soa. 13h25 e um céu encoberto a combinar com a nossa alma. Encoberta, a esforçar-se ao máximo para não deixar cair lágrimas. É a última caminhada tal como se conheceu durante 3 anos pela imensidão de pessoas de mochila às costas. Olha-se para trás e a escola vai ficando cada vez mais longe.
Entretanto, já se é estrangulado na garganta. Uma lágrima cai e, com ela, outras vêm atrás. Acabou-se... adeus, escola querida. Obrigado por me teres dado mais que aquilo que julgava. Obrigado pela tua paciência. Nesta batalha, eu agora mesmo perco perante ti. Sou tão pequena e tu tão grande.
Quem me dera que fosses uma pessoa para te abraçar e num abraço emocionado repleto de lágrimas te dizer tudo aquilo que cá dentro vai na alma. Um abraço de agradecimento queria eu dar-te. Que seria de mim agora sem ti?
E mais umas lágrimas caem.
Adeus...

Decidi escrever-te. Sei que é certo que nunca na tua vida irás ler isto, mas, mesmo assim, tive necessidade de o fazer. Às vezes saem-se estas coisas da alma, não sei como controlar... apenas deixo-me levar e permitir que as palavras consigam descrever o melhor que puderem aquilo que sinto.
Poderia estar aqui com rodeios e fazer mil e uma perífrases e metáforas, mas, sendo eu pessoa com uma tanta veia para a escrita como para o lado mais racional, dir-te-ei isto assim mesmo: gosto... e (muito certamente), gosto a valer. Sabes bem do que falo, certo? Pois... eu creio que tu saibas, até porque alguém já deve ter-te dito, talvez. Ou então eu disfarço tão mal que já te deste conta disso.
Não fui eu que pretendi tal coisa... aliás, eu estava mesmo ciente de que nesta altura não deveria estar a deixar-me levar assim desta maneira. Ninguém me obrigou a gostar. Também não foste tu que provocaste isto, está descansado. Simplesmente aconteceu. Eu bem tentei recuar e dizer para mim mesma de que tal não estava a acontecer. Ups, contra a minha vontade e ao mesmo tempo para meu eterno gosto, isto prevalece.
O coração decidiu revoltar-se e lutar contra mim mesma. Pudera, decidiu lutar contra a pessoa que o carrega (mas será que eu o controlo?)! Estamos em confronto direto, pois até eu já declarei guerra a ele... qual dos dois irá ceder e cair, isso eu não sei.
Só quero dizer-te para não te preocupares. Sim, não te preocupes... tens sim esta carta para ti, mas uma dessas repleta de floreados, palavras bonitas e sentimento creio que não terás da minha parte. Essas fá-lo-as eu aqui na minha mente, que é melhor redator de cartas que possuo. Para quê mandar-te-las se não as lês? O tempo é precioso demais para escrever a quem não me lê.
Tu queres lá saber de mim, não é verdade? Mal me conheces e, na verdade, eu mal te conheço... quer dizer, eu capto mais que aquilo que julgas... que aquilo que todos julgam. É, eu também posso (talvez) surpreender como qualquer um. Sou um ser humano. Tu tens tanto por onde escolher... tens tantas a querer-te, gostas de outras tantas, para quê eu? Só doente é que o farias, eu sei.
Deixa lá... eu não fico magoada com isso, muito pelo contrário. Fazes tu muito bem em reagir assim, meu amigo. Fraco é o cão que vê o bife e não o come. Há sempre aquela altura em que odiamos comer sempre a mesma coisa.
Depois de tantas palavras vejo que, graças a ti, vi que sou um ser bipolar. Gosto (nem vale a pena completar a expressão) e isso não é ambíguo. Mas caramba... há momentos em que olho para ti e vejo tudo de bom, outras vezes simplesmente penso no quão mau és. Chamo-te cavalheiro e prepotente, especial e estranho. És a melhor pessoa do (meu) mundo e és tão filho da mãe ao mesmo tempo. És tão simples e tão complexo. Sei lá, és tanta coisa... talvez tudo aquilo que precise e não precise, que goste e odeie. És a antítese para um valente paradoxo, que sou eu. Pois é... talvez sejas o remédio ou a sentença.
Dizem que sou tão certinha. Eu digo que sou um ser totalmente incerto, pois eu desconheço-me a mim mesma. Eu nunca fui assim. Confesso que já chorei o que fui, mas logo vi que de passado ninguém vive. Eu já passei por tanta coisa, mais que aquilo que julgas. Já levei com mais espinhos do que rosas. Mas não quero que tenhas pena. Não sei se fui merecedora de passar por tanto, mas ao menos tudo me fez crescer e estar aqui e agora a escrever tudo isto com um nó da garganta que quase me estrangula. Mas isto não me mata nem me deixa impossibilitada de viver a vida e ser feliz.
Há imensa coisa que nos próximos tempos poderá passar. Estou preparada para tudo, mesmo para tudo. Tudo, tudinho, até o mais adverso e macabro. Se já digeri factos sobre ti e continuei a sorrir e a viver quando de repente só queria chorar ou até mesmo deixar de te ver, também saberei lidar com o que vier.
O que eu quero mesmo é que sejas feliz. Quanto a mim, eu cá me irei desenrascar e sê-lo também. É isso que eu quero, mesmo que para isso eu tenha que gastar lágrimas e horas da minha vida a lamentar-me, que tenha que ficar especada a pensar no que poderia ter acontecido e não aconteceu.
Sê feliz.
Acho que já escrevi o suficiente para terminar toda esta mensagem. Relembro: eu sei que nunca a irás a ler, mas isso não me afeta. Cada um mergulha à sua maneira como escape às coisas da vida e eu afogo-me em palavras. Quanto a estas últimas... pararei de escrever agora mesmo. Se isto fosse papel poderia manchar a tinta e ficar sujo, mas como isto me permitiu limpar a minha folha, a minha alma... paro agora.

Esta é uma pergunta feita num anúncio publicitário dos cereais Special K. De forma geral, ele promove uma maior autoestima nas mulheres e diz-nos que, em vez de andarmos constantemente a lamentar-nos sobre aquilo que não pudemos mudar (uma anca mais larga, seios pequenos, etc.), deveremos aceitar e amar aquilo que somos fisicamente e partir à conquista daquilo que realmente importa.
Acho que é um bom reforço de um post que há uns tempos escrevi sobre esta mesma temática (carregar em cima do título que vem para aceder ao post): "Sou perfeita com as minhas imperfeições. Ponto." -

Estou mesmo pertíssimo de me tornar maior de idade (4 dias... já?!?) e supostamente, nas mais variadas teorias, sou uma pura adolescente na idade das cismas, das preocupações estúpidas com a imagem, dos amores não correspondidos e de mais uma carrada de coisas que, no geral, qualquer adolescente faz.
E não, eu não fujo totalmente à regra, mas há imensos pontos dos quais eu esteja a passar ao lado e outros tantos já os tenha passado mais cedo; outros tantos talvez se revelem muito mais tarde.
A vida obrigou-me a crescer muito repentinamente, isto se quisesse ser uma pessoa minimamente plena de felicidade e tranquilidade (claro que há sempre o "mas"). Também me obrigou a ser uma pessoa positiva, a ter autoestima - deixar de duvidar de mim mesma foi fulcral.
Já quase me habituei a ouvir amigas minhas a reclamarem forte e feio do seu corpo. Que a verdade seja dita: eu reclamo do meu corpo; não sou diferente. Reclamo, mas não cismo de forma doentia. Ouço reclamações de uma pequeníssima estria, de uma espinha que já quase nem se nota. Até dizerem que tinham que emagrecer porque passaram a comprar calças 38 em vez de 36, imaginem só!
Pensando bem e se tivesse a mesma ideia que elas, eu vivia a choramingar pelos cantos todo o santo dia. Tenho muito mais "defeitos" que elas em certos aspetos e lido bem com isso.
Tenho estrias que se notam nas pernas porque engordei repentinamente há uns anos. Tenho uma anca um pouco larga, fruto da crescimento e mudanças corporais da adolescência. Não gosto que me apareçam espinhas, mas não armo uma escândalo por tal coisa, até porque todos passam pelo mesmo. Visto calças 38/40 (por causa da anca e coxas) e camisolas L, muitas vezes por causa do peito volumoso (e eu detesto ter tanto volume, enquanto muitas desejavam aumentar o peito!) .Mas não é por isso que me sinto mal quando entro numa loja. Não é por isso que deixa radicalmente de comer certos alimentos.
Eu olho-me ao espelho e respiro confiança. Eu vejo as estrias, mas isso são marcas que me tornam diferente. Existem imensos produtos de um certo tipo no mercado e todos eles têm diferenças, nem que sejam mínimas.
Eu olho para o espelho e vejo, obviamente, o meu corpo ampulheta mais "cheiinho". Toda a estrada tem curvas e eu tenho-as ligeiramente mais salientes. Não são curvas perfeitas, mas são as suficientes para pegar num vestido mais justo e ele assentar-me bem, fazendo sobressair as curvas (que, por sinal, para muita gente isso é sexy).
Eu olho para o espelho e vejo dois tons de pele. Um moreno e um mais branco. Certas partes do corpo já sofreram com queimaduras de 1º e 2º grau. No verão isso ainda é mais notório e sei que na praia muitas pessoas olham para mim. Mas não é por isso que eu me sinto mal. Muito pelo contrário. Na altura chorei muito e tive um grande desgosto, mas agora, isso é tão natural como eu me chamar Andreia.
Eu olho para o espelho e vejo um peito volumoso. É-me difícil comprar soutiens que sustentem bem o peito e nem todas as copas me assentam bem. É trágico correr sem soutien desportivo (dos bons), porque tudo salta como a Alice no País das Maravilhas. Certos decotes são horríveis quando me agacho. Vê-se tudo. Eu olho para o peito e é aquele que eu tenho. Todo o carro tem para-choques.
Eu olho para o espelho e, apesar de tudo isso, eu sorrio. Para os estereótipos do senso comum, não sou a gaja perfeita, a "so fucking good", a mulher de sonho. Eu sorrio porque sei que, por detrás desta embalagem não totalmente perfeita, está um produto que para muitos poderá ser de qualidade.
Mesmo assim, eu não sou perfeita. Eu lido com todas as imperfeições e mais algumass e não entro em paranóias. Eu confio em mim. Prefiro conquistar com inteligência e boa postura do que com uma figura escultural.
Consigo sair de casa sem maquilhagem nenhuma e sentir-me confiante. Consigo sair de casa de calças de fato de treino e t-shirt largas e sentir-me bem. Não sou a Queen dos saltos altos, mas não me sinto menos gaja por isso.
Há certas coisas na maquilhagem onde sou um desastre. Mas não me sinto inferior por isso mesmo. Redobro o esforço e lá vou aprendendo aos poucos. Erro mil vezes, mas não desisto.
Eu olho para o espelho e vejo uma gaja que pode conquistar tudo o que pretende. Porque o que importa, na verdade, é sentirmo-nos bem. Isso é meio caminho andado para tudo o resto. A dose completa de autoestima, juntamente com uma de esforço para sorrir e encontrar pontos positivos em toda e qualquer situação é a receita de felicidade, numa parte considerável.
Eu sou perfeita com as minhas imperfeições. Eu estou no mercado (na sociedade) e diferencio-me (com as imperfeições). E não é por isso que deixe de vender (de fazer amizades, de ser feliz).

... dás-te conta que nos últimos tempos a vida tem-te pregado umas belas surpresas em vários níveis.
Dois factos a reter até agora:
- Pessoas próximas a ti estão muito surpresas e dizem-te coisas do tipo "És mesmo tu? Eu não te estou a conhecer!"; "Quem diria... a menina Andreia neste estado!"
- As mudanças estão a ser demasiado repentinas e eu, que gosto de ter controlo sobre tudo, não estou a fazer tal coisa.

Mas, enfim... eu hei de aguentar e o que tiver de acontecer, que venha. Algo eu irei reter, positiva ou negativamente (mas já me cheira que esta fase, daqui a uns anos, vai dar muito que recordar!)

(Hashtag no Twitter que está dedicado às tristezas e alegrias dos alunos de Ciências Socioeconómicas. Também circula #SeEsDeCiencias  - ciências e tecnologias -, #SeEsDeHumanidades e #SeEsDeArtes)

Então cá'bai: #SeEsDeEconomia:

- Já apanhaste alguém que pensasse que tu tinhas MACS, quando, na verdade, tens Matemática A

- Não sabes porque no 11º deste fórmulas em Matemática que só se usam na Física

- Já ouviste comentários do tipo "Tens de mudar a economia deste país"

- Passaste o 10º ano a decorar definições a Economia A, fazendo resumos que mais pareciam dicionários

- Ainda não viste nem verás a utilidade de teres dado rochas e formações geológicas a Geografia A

- Viraste o explicador de assuntos económicos lá de casa quando passam notícias na televisão

- Sabes o que é ter uma turma maioritariamente masculina

- Adoras ver o Shark Tank e gostavas de um dia vir a ser um dos tubarões

- Achaste grande piada quando ouviste "Índice de Gini" pela primeira vez

- Sabes o que é ter de relacionar um texto com 4 gráficos num teste que, para os que não entendem da matéria, não têm nenhuma ligação (para não falar que passas mais de 30 minutos só a escrever naquela pergunta)

- Sentes-te quase como ofendido quando vês alguém na televisão a dar erros de terminologia económica

- Sabes que, se não gostares da turma ou ter outras disciplinas de opção, a única opção que tens é mudar de escola

- Recorres aos colegas de Humanidades para saber do teste de Geografia A (se o fizeram primeiro) e aos de Ciências para Matemática (idem)

- Já tiveste aulas de Economia que mais pareceram aulas de História

- Sabes perfeitamente que nunca na vida darás uso aos vetores, matéria que dás em Matemática

- Parece que Geografia C e Economia C são a mesma disciplina porque as matérias são muito parecidas

- Provavelmente já apanhaste uma professora de Economia e sabes o quão pancas e descontraídas elas são

- Não te dão tanto valor pela média alta como aos de ciências, porque "Economia é mais fácil" (metam-se nela e depois digam-me alguma coisa...)

- Tens de ter uma calculadora gráfica para Matemática A e outra científica para Economia porque nos testes de Economia não podes usar gráfica

- Compras um caderno para Economia e só usas meia dúzia de folhas durante o ano todo

- Tens o livro de Economia cheio de apontamentos nas partes brancas

- Sofres por saber que os de ciências podem ir para os cursos da tua área, mas tu, se quiseres, não podes entrar em nenhum dos da área deles

- Tiveste que aprender quase à força a usar o Excel se quisesses ter gráficos que não fossem copiados nos trabalhos de Economia

- Já ouviste algum stor a dizer que atualmente este é o curso que melhor se adapta à realidade do mercado de trabalho

- Passaste a ver mais regularmente o Telejornal (ou até passaste a ver todos os dias)

- Já deste a experiência a um aluno de ciências de ver um teste de economia e ele ficou a ver navios porque não percebia nada

- Fazes piadas secas com as definições que dás a Economia como forma de as memorizar

- Surpreendes os teus familiares quando vêm que sabes do que falas quando o tema são assuntos atuais do tipo crises e bancos

- Talvez sejas um desses que, quando ouves os teus avós a falarem em contos, quase nem sabes que valor isso é convertido em Euros

- Já ouviste elogios do tipo "Os alunos de Economia são os que mais cultura geral têm"

- Lá no fundo, quer gostes quer não, sentes orgulho do curso que tens e não trocarias por outro