De repente, tudo muda. Decides soltar tudo o que cá dentro está sem pensar sequer se irá ser prejudicial ou não. Para quê passar mais tempo com tanta coisa entalada cá dentro? Para quê esconder? Disfarçar? Já vai longe o tempo disso... quando já não tens nada a perder, não tens o mínimo de consideração por aquilo que os outros irão achar. Talvez pareça exagerado, talvez pareça estranho.
De repente, todos os detalhes contam. Há que se iniciar o dia a cumprimentar. Há que se brincar sempre que se possa. Há que se olhar e ver que, em tão pouco tempo, talvez tenhas descoberto um lado mais obscuro de alguém que te esteja a despertar uma maior curiosidade.
De repente, já não és só tu. É o que se passa contigo e o que passa com outro. É ver uma pessoa mais calada e sentires que algo se passa. É veres um mínimo detalhe e entenderes logo meia missa. É quereres fazer mais sem saber o que fazer. É queres colocar-te cara a cara e ao mesmo tempo quereres fugir a sete pés.
De repente, dás-te conta que talvez já não sejas a pessoa que eras. Queres tudo e não queres nada. Tu não fazes a mínima ideia do que tudo isto poderá trazer, mas, no meio do medo, soltas o espírito aventureiro mesmo sabendo que poderás sair muito mal de tudo isto. E vai doer, com certeza.E sabes que é isto que irá acontecer com quase toda a certeza.
Quando a razão e o sentimento entram em conflito, a batalha a travar é gigantesca e difícil de se resolver. Mas, se para tudo existe uma solução, para isto também há de se arranjar alguma coisa... enquanto isso, vamos aqui desenrascando e vivendo um dia de casa vez, com mil esperanças e outro milhar de sem esperanças.