... me llaman loc(a)...

Desde domingo que sigo profundamente revoltada. Saber que o teu cantor de eleição, aquele pelo qual te atreves a fazer quaisquer loucuras, marca apenas um concerto em Lisboa, dói muito.
Eu bem que quero que o próximo 23 de maio de 2015 seja inesquecível, no entanto, nada está a seu favor. Perguntei aos meus pais se poderia ir... não me responderam, mas também não precisaram. Não... um não como resposta para além das várias que muitas vezes recebi, do tipo "Tu estás maluca", "Essa loucura por ele vai passar", "Ele não te dá nada".
Não sabem o quanto isso me fere. É um facto que, desde que o "conheci", algo mudou na minha vida e não estou a exagerar.
Passei a ver a música com outros olhos, a absorver cada verso como uma esponja absorve a água; passei a gostar de géneros musicais que até à data não valorizava. É exemplo disso o fado e a bossa nova. Descobri novos cantores, principalmente do país vizinho.
Por ele ser espanhol, eu de tanto pesquisar sobre o país que mais vezes visitei, passei a ter um amor incondicional. Depois, das vezes que lá ia, sentia-me em casa, sentia que aquilo era "a minha cara". Aprendi a falar castelhano de forma muito, mas muito fluente. Sou um peixe na água quando estou com espanhóis. Nada me deixa mais feliz que andar na rua e cruzar-me por acaso com eles, mesmo não os conhecendo de lado nenhum.
A partir daquela bela data em que o ouvi pela primeira vez na rádio, com "Perdóname", passei a soltar lágrimas. Lágrimas ao ouvir uma canção, algo que nunca tinha acontecido comigo.
Mais importante que isto, foi conhecer pessoas tão nobres, tão "boa gente", pessoas que em pouco tempo e sem nunca ter estado com elas fisicamente, já te fazem mais coisas que muitas que estão contigo no teu quotidiano.
Estamos distantes, mas nada nos separa. Contactamo-nos frequentemente, algumas delas mais que uma vez por semana em longas conversas de Whatsapp e de Twitter. Encontrei bons companheiros de aventura, bons ouvintes e bons camaradas. Não vejo o dia de poder conhecê-los a todos pessoalmente.
É impressionante uma pessoa que com a sua bela música consegue te dar tanto, mesmo não sabendo quem tu és.
Quanta força me deu para enfrentar os piores cenários que te podem acontecer: ter 10% do corpo queimado e ser operada a um quisto que te coloca quase imóvel por largas semanas.
Na primeira situação, há três anos, justamente no ano em que o "conheci", eu fui buscar forças nas canções dele. Falar disto deixa-me em lágrimas, como agora mesmo estou, com olhos empapados de felicidade e de gratidão.
É duro, é torturante olhares para o teu corpo teres partes queimadas. Chorava constantemente, queria desaparecer até que uns fones nos ouvidos me entretinham e me davam força enquanto eu deitada na cama dependia de terceiros para fazer coisas básicas.
Por muito que a minha família me tentasse "levantar", eu não conseguia e o Pablo veio complementar na dose perfeita para que eu fizesse daquela desesperada situação, algo fácil de se enfrentar.
Este ano fui operada a um quisto nas costas e, mais uma vez, veio o Pablo dar o seu toque especial. Estive duas semanas deitada de barriga para baixo, onde só me levantava para comer e para necessidades básicas. Mais uma vez me sentia torturada, mais uma vez voltava àquele vazio em que as lágrimas demonstram isso mesmo. O Pablo resolveu tudo.
Hoje em dia posso dizer que, se mudei, alguns aspetos devem-se a ele e somente a ele. É certo que ele não o saiba, que nem sequer lhe passa pela cabeça algo semelhante, mas esta é a minha história.
Sinto-me bem em seguir cada passo que dá na sua carreira, fico feliz por ele e orgulhosamente digo que sou Alboranista, ainda que muitos me julguem por isso mesmo.
Perdi muito, mas ganhei muito mais àquilo que deixei para trás.
Quando mal acordo, vejo que já escrevi tanto e que ainda não disse metade. Há certos sentimentos que as palavras não podem explicar. Há emoções que não se compram, ou se sentem ou não se sente, é simples.
A verdade é uma; as melhores coisas na vida chegam quando menos esperamos. E sim, ele chegou sem eu esperar, chegou e aqui se mantém, há três anos oferecendo-me tanta cor na vida, tantas lágrimas de felicidade derramadas e a ânsia de um dia poder dizer-lhe tantas coisas frente-a-frente.
Não sei o que esperar desse dia, a reação vai ser das maiores novidades de sempre e novidade vai ser também o que o futuro me reserva nesse aspeto.
Ganhei novos sonhos e um deles é conhecê-lo. Tenho outro: poder "acompanhar-lhe" durante um tour, é dizer, ir a todos os "santos concertos".
Peço desculpa pelo testamento e peço perdão ao meu computador que está a suportar tudo o que sinto. São lágrimas derramadas e que não te incomodam.
É o Pablo Alborán... e só isto, já justifica tudo!



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