A praxe não é violenta... mas desisti.

Se há coisa que fiz questão em fazer quando entrei para a universidade foi a de experimentar a praxe. Sobre este tema são imensas as vozes a favor e contra. Ouvem-se imensas versões e testemunhos ainda muito antes de se entrar nesta nova fase, "obrigando" quase a que tenhamos já uma opinião formulada.
Cada pessoa tem a sua maneira de ser e de reagir a tudo. Com a praxe, acontece o mesmo. Há quem adore, há quem odeie. Não se pode generalizar.
Visando ter uma opinião formada e de falar desse tema com conhecimento de causa, entrei na praxe para ver como tudo aquilo era. Aprendi várias canções do meu curso, conheci dos doutores e outros tantos alunos do curso mas de 2º ano. Conheci os demais caloiros de Economia e os CP's. Enchi e fiz prancha vezes sem conta.
Cheguei a pontos de ter prejudicado as minhas cordas apenas com o orgulho de cantar de ser de Economia. Não, nunca os doutores me obrigaram a fazê-lo, até porque sabiam do problema de cordas que tenho. Chegaram mesmo a ameaçar que, caso berrasse, enchia! A isso só me culpo a mim e ao meu orgulho de ter entrado no curso que queria.
Nesse aspeto, não tenho nada a apontar. Depois vêm outras tantas coisas às quais senti não me identificar com tal coisa. Começando pelo facto de me cansar tanto ao ponto de a meio da manhã quase cair de cansaço de tanto encher, foi apenas o início de me ter dado conta que afinal não acho assim tanta graça à praxe. Não considero que a fazer flexões e a fazer prancha nos integremos e conheçamos melhor os colegas.
Regressei a casa a conduzir com os braços mais doridos do que nunca. Jurei nunca mais pegar num carro com tamanho cansaço, até porque era a MINHA vida que estava a pôr em jogo em cerca de 50 kms de autoestrada que tem alguns pontos "perigosos". Podemos sentir que estamos bem, mas não estamos.
Depois há a parte "dos que praxam". Não achei que alguns fossem o melhor exemplo, muito pelo contrário. Certas atitudes não eram, de todo, as mais louváveis e aceitáveis.
A praxe não é violenta. Há doutores impecáveis e outros nem tanto. A praxe é sim, dura e, no caso do meu curso, exige um pingo de força mental e uma grande onda de "vamos lá, que se foda". Exige que te organizes de forma bem rigorosa até porque dizes adeus a quatro tardes livres da semana. Tens de organizar o estudo de outra forma e ser rigoroso no cumprimento do horário que estipulas.
Olhar para o chão não é, a meu ver, integração. Não me revi na praxe e não sinto que seja algo que me complete. Tive muitos momentos de desconforto e de sensação de que estava a fazer algo que não gostava. Por isso mesmo, desisti da praxe.
Talvez tenha sido cedo. Talvez devesse ter experimentado um pouco mais... mas não é da minha pessoa bater na mesma tecla em algo que não tenha interesse.
Aos futuros caloiros, digo: experimentem a praxe, apesar de tudo o que ouvem. Se gostarem, aproveitem! Se se sentirem desconfortáveis, pensem bem. Não façam algo que vos deixe sentir desconfortáveis. E não, não se é "excluído" por não estar na praxe.
Volto a dizer que a praxe não é violenta, pelo menos na minha universidade. Não sou anti-praxe. Sou sim uma caloira que, por não se rever na praxe, desistiu dela. 

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18 comentarios

  1. Fizeste aquilo, que eu também deveria ter feito na altura... Sinto esse arrependimento em mim. Odiei a minha praxe, tenho más memórias... de pessoas "doutores" que so veem nos dias das praxes e nunca mais... andam com não sei quantas matrículas às costas, mas o que gostam é de praxar... há pessoas que se sentem maiores quando têm nas mãos "um poder"...
    eu entendo perfeitamente a tua posição! nem imaginas o alivio que senti no dia do batismo...
    http://www.cosmopolitgirl.com/

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    1. Há praxes que são porreiras, mas não é o caso da minha. Se fosse a cumprir tudo, eu passava mais tempo na Praxe do que a estudar...

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  2. hmm... pois mas esse sofrimento é suposto representar o quanto vais sofrer na universiade. é para te "treinar"... na minha faculdade dizia-se que que nao aguenta as praxes, não aguenta o curso. :/
    mas pronto de nao tavas a gostar acho que fizeste bem!!

    beijinho
    the-not-so-girlygirl.blogspot.com

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    1. Não acho que as práticas da praxe nos "treinem" para as dificuldades do curso, nem de perto nem de longe... Sim, não ia continuar a fazer algo que não gosto!

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  3. Eu vou para a universidade daqui a uns dias se for colocada. Queria mesmo experimentar a praxe. Tambén farei o mesmo que tu se não gostar!
    Beijinhos,

    A Cerejinha ♥ Haul Rosegal

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    1. Experimenta e logo verás se gostas ou não! Ao menos depois formas uma opinião com conhecimento de causa :) Boa sorte

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  4. senti-me exatamente como tu, não gostei, desisti. mas tambem nao me considero anti-praxe. simplesmente a praxe nao é para mim. Gostei muito, parabéns :)
    beijinhos
    http://eyeelement.blogspot.pt/

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    1. Eu também assumo a mesma posição que tu :) Até porque há praxes que considero serem bastante engraçadas, o que não é o caso da minha :) Beijinho

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  5. Se não te sentias bem, fizeste muito bem desistir. Acima de tudo temos que gostar de nós, e não andarmos a sacrificarmos para sermos mais 'aceites'.
    Acho que também é uma questão de teres sorte com os doutores que apanhas, porque como no nosso dia a dia encontra-se gente de todo o tipo.
    Isso de olhar para o chão também concordo que seja ridículo, completamente ridículo.
    Beijinhos,
    An Aesthetic Alien | Instagram

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    1. Se apanhasse doutores "decentes", com certeza que hoje ainda continuava a participar na praxe :) beijinho

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  6. se não te sentias bem, então fizeste bem em desistir. é preferível fazeres isso do que passares um ano inteiro a fazer algo contrariada ou de que não gostas só por causa da pressão dos outros. pelo menos, experimentaste a praxe e terás sempre uma opinião fundamentada :)
    beijinhos, Noelle :) http://supergirlinconverse.blogspot.pt/

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  7. Eu também não me identifico com a praxe em geral. Mas como em tudo há boas e más pessoas nas praxes. E disseste tudo Andreia...não se é excluido por não se aceitar a praxe.
    Beijinhos
    elisaumarapariganormal.blogspot.pt

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  8. Em parte, gostei de ser praxada e em parte não gostei. Gostei porque o facto de passarmos por aquele 'sofrimento' em conjunto fez com que eu e os meus colegas nos tornássemos próximos e houve momentos divertidos. Agora as flexões eram muito más e também tive dias em que não podia com os braços. Isso sim, não acho que faça sentido. Mas apesar de tudo, gostei, tenho boas recordações e eu fui praxada num curso de homens, engenharia mecânica, e nunca, em momento algum, me trataram mal. Como era a única rapariga, até tinham cuidado comigo e se preocupavam com o meu bem estar!

    Beijinhos
    http://popupbyana.blogspot.pt/

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    1. No fundo acabaste por ter tratamento "VIP" ahahahah
      Beijinho

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  9. Eu diverti-me muito na minha. Mas já lá vão uns anos grandes.

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