Carta a ti, que não sei até onde chegará
Voltei. Mais uma vez estou, provavelmente, a ocupar um pedacinho do teu tempo (se é que me lês neste momento). E de novo temos a rapariga que abusa das palavras, dos eufemismos e que há um ano atrás te escreveu sem fazer ideia que chegaria ao teu conhecimento.
É incrível como num ano as circunstâncias são diferentes.
Neste momento, é certo que te estás a perguntar que raio quero eu dizer com tudo isto. E se te rires do que vou dizer, ser-me-á igual ao litro: não irei ouvir e muito menos saber. Não tenho nada a ganhar, muito menos a perder, mas sou pessoa de deitar cá para fora tudo aquilo que vagueia na mente.
Vamos lá ao que interessa: eu sou uma curiosa de primeira. Gosto de saber o que aconteceu a pessoas que passaram na minha vida e depois desapareceram. "Se desapareceram, é para se esquecer", dirás. É certo, mas eu tenho uma memória de elefante e lembro-me dos mais ridículos detalhes, desde a loja em que comprei uma camisola há três anos atrás como me lembro que num dado evento vi A, B e C. Embora depois não tenha mais contacto, não me esqueço das caras.
Fiquei curiosa. Estive mesmo para soltar um "Então, que tens feito?", mas remeti-me ao silêncio. Não por cobardia, mas senti-me indiferente a tudo isso, sendo que ao momento tempo surgiu tamanha curiosidade.
Basicamente, é isto. Talvez não faça sentido nenhum o que acabei de dizer. E eu ando por aqui a questionar-me e mando assim mais um testamento para o meio da blogosfera só por descargo de consciência. Está feito.
Sei que as consequências de escrever tudo isto são nulas. É por isso que o estou a fazer. Já não me vias há imenso tempo e é certo que assim continuará. E estou quase certa que isto ser-te-á indiferente, ou não fosse a chata de de há um ano atrás a aparecer-te mais umas vez.
Escrevo tantas palavras para daqui a um ano me rir disto, tal como o fiz há tempos quando me pus a ler posts antigos e surgiu a dita carta. "Que raio escreveste pr'aqui, Andreia Filipa?", pensei eu. Só me provou que de normal tenho muito pouco, mas que até tem a sua piada (nem vale a pena falar das quinhentas vírgulas e das dezenas de conectores de frase utilizados, como se estivesse num exame de português a ser avaliada - uma pura mania minha de escrever "certinho direitinho").
Não guardo remorsos. Não comecei com "E se...?" quando li tudo o que escrevi. Só me ri, simplesmente.
Mas vá, para terminar, espero que estejas bem e estou nem aí para onde esta carta vai parar.
Quanto a mim, a passagem do tempo tem-me ensinando muita coisa. Aprendi a não deixar nada por dizer, seja de que forma for.
(E com isto, dou por terminado este texto).
Best of luck,
Da sujeita que só sabe escrever :)
Da sujeita que só sabe escrever :)
3 comentarios
Uau! É só isso que digo, uau!
ResponderEliminarBeijinhos
Joana
https://curlyhairandlipsticks.wordpress.com
Dizer tudo é sempre a melhor opção.
ResponderEliminarA vida não é fácil....
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda