Se há coisa que eu odeie e que não o demonstre publicamente é o de acharem que, por me dar bem com um rapaz, goste dele. Os boatos já lá vão faz tempo, mas, ultimamente, eles têm sido levados a um nível extremo.
Tenho uma boa amizade com ele, mas também não é nada de excecional. Aliás, em muitos pontos "chocamos" muito e o que mais me irrita é que, quando falamos de estudar, sempre me atira a cara "Ai, tu tens 18!", "Tu dizes isso porque tens 17!". Tudo bem que ele não tenha notas como as minhas, mas se eu o aconselho é para o bem dele, quando na verdade ele acha que o que eu quero é que continue com os resultados que tem, que não são os melhores.
Por isso mesmo, ultimamente desisti e até fujo do tema pois não sou pessoa de "estar sempre a bater na mesma tecla". Além do mais, ele até que tem o seu ar prepotente e nos últimos tempos não me agrada em nada as atitudes que tem. Sempre em segredo, sempre calado, tão mudo que é capaz de chegar pela manhã e nem o habitual bom dia dizer. Ora, por isso mesmo, eu também mudei.
Evito falar, não saúdo e já notei que ele já se deu conta. Ele merece, pois, que eu saiba, não lhe fiz nada de mal, muito pelo contrário.
Quanto aos boatos, hoje ouvi uma barbaridade vinda de quem menos esperava. Afinal, as pessoas enganam mesmo e na sua inocência dizem literalmente o que pensam. Devem pensar que nem me dei conta, mas enganam-se. Consigo absorver mais depressa um pormenor que algo geral. Captei aquilo tão bem que já me está a "entoldar". Não quero fazer disto um motivo para discussão, mas é certo que em má hora eu vá disparar semelhante e não sei qual será o resultado, Sou demasiado imprevisível e eu própria sei disso.
Se há rapaz que está fora do "interesse" é aquele. Não é do meu gosto rapazes monótonos, calados, sem graça, que não sabem "aferroar" um pouco e que não procurem os assuntos mais ridículos só para ter o que conversar. Mais que isso, que só saibam ouvir o que lhes convém e que se achem superiores aos demais. Odeio, mesmo muito. Odeio com os dentes todos que tenho.
Para que fique o pormenor, conheço rapazes há bem menos tempo que ele, que raramente falam comigo e que conseguem ser mais interessantes eles à distância, que ele a fazer companhia nos intervalos, juntamente com uma colega. Somos um trio de colegas, mas que ultimamente não tem resultado muito em boas conversas como tínhamos há uns tempos.
Serei eu? Será ela? Será ele? Somos os três? Será isto a mudança que tanto dizem ter uma amizade de anos? Quem sabe, esperemos para ver...