Há tradições que jamais se perdem e este ano, na vindima em casa dos meus avós maternos, elas mantiveram-se. Continuam as escadas de madeira a fazerem subir a todos para colher as uvas, continuam as cantigas às uvas enquanto se colhem. E, sobretudo, continua a festa na adega!
Este ano, dado a ausência dos que costumam estar por lá a fazer vinho, eu fui uma das que foi meter-se lá no meio (só digo: uma aventura do caraças!). Logo eu, que sempre fui encarregue de ajudar a avó a tratar das comidas para o pessoal que colhe as uvas.
Mas que comédia que aquilo foi! Fui pisar uva para o lagar (e também dei um salto para a prensa), o ti'Nando trouxe a concertina e o ti'Jorge era dos que estava a fazer o mesmo que eu (claro que já estão a pensar que deu festa... acho que foi mais um puro arraial). (E um cheirinho desta festarola eu deixo na rubrica do "Deixem o pimba em paz" que bem merece!).
Acordei com umas dores nas pernas que nem imaginam (pisar uva parece fácil mas é terrível), estou um pouco rouca (não fosse eu quem tivesse feito cantoria), mas feliz. Foi um dia bestial!