Depois de ter uma manhã normalíssima com aulas, à tarde faz-se os últimos preparativos. Ainda antes de partir para o aeroporto, tive que comer até porque o voo seria à hora do jantar. 

O aeroporto Sá Carneiro estava muito tranquilo para uma sexta-feira.... mas ao chegar à porta de embarque, a fila era enorme! Voos para a Suíça vindos de Portugal têm dois tipos de passageiros: os emigrantes e aqueles que vão visitar emigrantes (enquadro-me neste último).

O voo foi super tranquilo, feito já quando a noite reinava e as nuvens não deram para apreciar os aglomerados de luzes das cidades. Chegados ao aeroporto de Basel-Mulhouse (Euroairport como lá chamam) e depois de seguir pela porta que dá acesso à Suíça - este aeroporto localiza-se em dois países (França e Suíça) e tem precisamente uma porta para cada país dado que existe uma divisão no exterior a separar os dois países - eis que surge o meu tio, no meio daqueles -16ºC. E não, não tive muito frio!

Ainda fizemos quase uma hora de viagem para chegar a casa e lá esperava-nos a minha tia com um tradicionalíssimo preto em prato que soube por tudo... depois de tantas horas sem comer, qualquer coisa era benvinda.

#Dia 2 - sábado

Estive mais de metade da manhã na cama - há que se recuperar do jet lag, apesar de ter sido relativamente pequeno. Foi tudo tomar o pequeno-almoço ao café a escassos metros da casa, onde um café e um croissant dá as derradeiras boas vindas (depois de pagarem 3.20CHF pelo café e quase outro tanto pelo croissant, aquilo entala um bocado na garganta, mas nada de surpreendente dado que já sei que por lá tudo é caro... e então estas coisas de café são quase um exagero para um tuguinha com café a 0,60€ ou pouco mais).

Passeia-se pela vila - Lajoux, cantão de Jura -, onde a neve pinta os extensos campos de branco. Pelo caminho, faço um novo amigo - um avestruz! - e, claro, não podia deixar de fazer sku... vá, tive que patinar e escorregar no gelo! (com um posterior desgraçado ataque de riso que durou tempos infinitos).

E como em casa de portugueses emigrados não pode faltar um cheirinho de Portugal, ainda se deu um salto a Tavannes, a uma loja portuguesa onde me pude deliciar com um pastel de nata (até parecia que era eu uma emigrante, mas não) e ao supermercado... para comprar já uma grande reserva de chocolate suíço, e que bom ele é! Toca a passear mais uma tarde, pois neve não faltava, e todos tiveram direito a umas descidas de trenó (de repente vira tudo criança).

#Dia 3 - domingo

Almoço em casa de uns outros familiares e foi tudo para Saignelégier, onde lá viviam. Depois de andar pelo meio de uns desvios em estradas muito estranhas por causa de corridas na neve com Huskies - com cenas saídas de uma filme - lá se chegou direitinho. Lá no apartamento, já tínhamos vista para França, por entre montanhas... cobertas de neve, claro!

Assim se passou praticamente o dia todo, a colocar a conversa em dia, entre portugueses... e se é entre portugueses, obviamente que tem de ser à mesa, claro!

Mas ainda houve tempo de se ir apreciar os comboios turísticos que por lá passam, ver a paisagem e levar com mais umas toneladas de neve na cabeça **desgraçado do meu cabelo**.

#Dia 4 - segunda-feira

Supostamente era tudo para acordar às seis e tantos (hora local), mas eis que só se acorda à hora que supostamente deveríamos sair de casa para o aeroporto. Corre-se ali, corre-se acolá e lá nos despachamos. Mais uma hora de viagem até Basel e contemplar pela única vez as imensas paisagens lindíssimas da Suíça. Adoro! Chegamos ao aeroporto cerca de meia hora antes de fecharem as portas por causa do transito quase caótico no centro da cidade. Tivemos a boa sorte de na revista às malas e passageiros o servicinho ter sido rápido. Foi quase tudo a correr de mala na mão pelo aeroporto fora para depois chegar à porta de embarque e levar com mais uma extensa fila. Acabamos por ver que, afinal, não fomos os últimos, dado que ainda chegaram mais uns "corredores" depois de nós.

O voo foi tranquilo, arrancamos com muito bom tempo, céu limpo que permitia ver tudo desde as alturas, mas chegados a Portugal... apanhamos turbulência e andamos a abanar cabeças durante uns 10 minutos **e aquela estranha sensação que se tem ao se aterrar de os ouvidos parecem entupidos**.

No fundo, a intenção da viagem era mesmo a de ver a minha prima e afilhada que nasceu no passado dia 4, bem como os restantes familiares. Mas ainda deu para (re)ver locais maravilhosos, alguns dignos de postal... é sempre voltar voltar a lugares onde tens grandes memórias!